ARECACEAE

Allagoptera arenaria (Gomes) Kuntze

Como citar:

Pablo Viany Prieto; Tainan Messina. 2012. Allagoptera arenaria (ARECACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

865.780,393 Km2

AOO:

252,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie ocorre na Mata Atlântica, desde o Estado do Paraná até o Sergipe, passando por São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia (Leitman et al., 2012)

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Pablo Viany Prieto
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

<i>Allagoptera arenaria</i> é amplamente distribuída ao longo da costa Atlântica, onde ocorre em formações abertas de restinga. A espécie é localmente abundante, cresce clonalmente e é capaz tanto de germinar na areia nua quanto de rebrotar após distúrbios, como incêndios. Está representada em algumas unidades de conservação (SNUC).

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita na obra Rev. Gen. Pl. 2: 726. 1891. Conhecida popularmente como "caxandó", "coco-de-praia", "guriri", "buriri", "buri-de-praia", "pissandó" e "purunã" (Lorenzi et al., 2010)

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: ​A espécie é cultivada para fins comerciais. Maunder et al. (2001) identificaram a presença da espécie em 16 diferentes estabelecimentos comerciais que vendiam a espécie, de um total de 124, sendo a grande maioria na Europa.

População:

Flutuação extrema: Sim
Detalhes: Menezes; Araújo (2000) amostraram um total de 859 indivíduos da espécie em aproximadamente 700 m² na restinga de Marambaia, RJ. Os autores ainda afirmam que a área total de ocorrência da espécie nessa localidade é de cerca de 3 km. Cirne et al. (2003) contabilizaram 227 indivíduos em uma faixa de aproximadamente 200 m de comprimento e 70 de largura na Reserva Ecológica de Jacarepiá, em Saquerema, RJ, representando a mais frequência relativa e maior percentual de cobertura vegetal da área. Já Montezuma; Araújo (2007), registraram a presença de 329 indivíduos em 1 ha (44% da área vegetada) de área de restinga inundável do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, RJ. Arimura et al. (2007) encontraram 291 indivíduos em 29 ilhas de vegetação selecionadas aleatoriamente no Parque Estadual Paulo César Vinha, Guarapari, ES, o qual compreende uma área de 1500 ha. Também em Guarapari, mais precisamente na Área de Proteção Ambiental de Setiba, Thomazi (2009) amostrou 39 indivíduos em uma área dotal de estudo de 5.000 m². Em São João da Barra, RJ, Rocha et al. (2009) contabilizaram 166 indivíduos adultos em 6250 m² de área amostrada.

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica
Fitofisionomia: A espécie ocorre em tipologias vegetacionais relacionadas à fitofisionomia da Restinga (Leitman et al., 2012), em dunas e solos bastante arenosos e pobres; tolera solos salinos sujeitos a maresia (Lorenzi et al., 2010)
Habitats: 13.3 Coastal Sand Dunes
Detalhes: Espécie subarbustiva, terrícola (Leitman et al., 2012), com caules múltiplos ou simples, subterrâneos ou muito curtos, formando densas colônias, com frutos contendo polpa muito aromática e adocicada (Lorenzi et al., 2010). Os mesmos autores afirmam que a espécie cresce em pleno sol, mas também se adapta a meia-sombra. Menezes; Araújo (2004) classificaram a forma de vida da espécie como geófita rizomatosa. Floresce durante todo o ano, sendo a floração mais concentrada nos meses de junho e julho (Sylvestre et al., 1989). Trabalhos de Cirne et al. (2003) e de Menezes; Araújo (2004), entre outros, mostraram que a espécie é altamente resistente a queimadas, apresentando valores superiores a 95% de capacidade de rebroto. Isso pelo fato de as gemas principais não serem afetadas pelas queimadas.

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
O estudo conduzido por Rocha et al. (2007) mostrou que em uma matriz, mapeada por satélite, de 104.095,51 ha apenas 60.516,20 são remanescentes de restinga.

Ações de conservação (4):

Ação Situação
1.2.1.2 National level on going
A espécie foi considerada "Deficiente de Dados" (DD) na Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 2.
Ação Situação
4.1 Maintenance/Conservation on going
Rocha et al. (2007) amostraram 21 áreas remanescentes de restinga no Estado do Rio de Janeiro, sendo que a maior entre elas foi Jurubatiba com área total de 25.141 ha e uma área de 23.884 ha após subtraída a área degradada.
Ação Situação
5.7 Ex situ conservation actions on going
Segundo Maunder et al. (2001), exemplares da espécie podem ser encontradas em dez jardins botânicos de um total de 35 em 20 diferentes países.
Ação Situação
5.7.1 Captive breeding/Artificial propagation on going
A espécie é cultivada no Jardim Botânico Plantarum (Instituto Plantarum, 2011).

Ações de conservação (2):

Uso Proveniência Recurso
Ornamental
Espécie extremamente ornamental pelo seu pequeno porte (Lorenzi et al., 2010)
Uso Proveniência Recurso
Confecção de ferramentas e utensílios
Das folhas fazem-se balaios, cestos e outras obras trançadas (Lorenzi et al., 2010). Perota (2007) também menciona que a espécie é utilizada na confecção de vassouras de mão na localidade de Barreiras, município de Conceição da Barra, ES.